terça-feira, 20 de abril de 2010

De onde vem o terceiro D?

Quem imagina hoje, com toda a recente euforia diante do cinema em 3D, que o primeiro filme produzido com o uso dessa tecnologia foi exibido ainda em 1952 nos Estados Unidos? Contando com as limitações da época, que faziam daquela tecnologia 3D ainda muito distante da que conhecemos agora, essa foi a primeira experiência em que o público teve a impressão de que as imagens vinham em sua direção. Mas como isso é possível? Como os técnicos e diretores conseguem esse “efeito”?

A verdade é que, literalmente falando, não existe essa terceira dimensão na imagem. O efeito 3D é resultado de uma técnica chamada estereoscopia. Trata-se basicamente da filmagem simultânea e através de ângulos diferentes de uma mesma cena.

A câmera estereoscópica é uma simulação dos olhos humanos. Conta com duas lentes, colocadas a aproximadamente 6cm uma da outra – distância média entre os olhos humanos – de forma que ambas capturam a cena, mas de ângulos diferentes. Apesar disso, o enquadramento deve ser exatamente o mesmo nas duas lentes, para que as duas imagens consigam ser sobrepostas depois.

Quando essas imagens são unidas na projeção – com as devidas correções de enquadramento feitas porsoftwares específicos em tempo real para evitar as oscilações – dão a impressão de estarmos vendo uma imagem tridimensional. Mas tecnicamente falando, o que vemos são duas imagens bidimensionais sobrepostas.

É importante destacar que o 3D não se resume às imagens “saindo da tela”. Os efeitos de profundidade de campo conseguidos com o uso da estereoscopia são uma vitória para o cinema.

Embora tão comemorada e comentada, a tecnologia 3D não é considerada pela maioria dos especialistas do campo, como uma reinvenção do cinema, como alguns entusiastas ousaram afirmar. Trata-se de uma revolução na técnica, que ampliou as possibilidades do sensível diante das telas. E essa tendência parece ter futuro nos cinemas e – por que não – em breve até mesmo nos aparelhos domésticos de TV.

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